terça-feira, 13 de dezembro de 2016

E A TROMBOSE CONTINUA


Os médicos haviam me dito que o trombo diminuiria ou, na pior das hipóteses, ficaria do mesmo tamanho, já que eu tomo anticoagulante. Doce ilusão, o meu aumentou. Daí os médicos dizem, "mas eu nunca vi uma coisa dessas, é a primeira vez..." E vêm com uma explicação científica...

Minha cara de buldogue começou a piorar e eu reclamei com a médica. Ela me mandou fazer uma tomografia e tinha aumentado, um pouco. Me mandou pro cirurgião vascular. Foi ele quem disse que nunca tinha visto aumentar trombo tomando remédio. Mas encontrou uma explicação científica bem viável. Mesmo tendo aumentado, ele disse que era muito pequeno. Que eu podia aguentar sem morrer sufocada durante a noite, porque eu já tinha várias veias periféricas na barriga e nos braços fazendo o trabalho da veia entupida. Aliás, minha barriga está mais parecendo o mapa hidrográfico da Amazônia.... And it sucks... Isso tudo porque a última coisa que os oncologistas gostam de fazer é de tirar o cateter, porque é melhor para eles, não para você, que acorda assustada com o próprio ronco à noite e passa o dia com uma leve sensação de um dedo apertando sua traqueia.

Você, paciente, se sente um pouco enrolado, mas acha que estão fazendo o que é melhor para você e vai em frente.

Um pouco após esse episódio, minha médica achou que uma nova cirurgia no fígado me favoreceria e me mandou para o cirurgião. O cirurgião viu minha cara inchada e... "Que bom que engordou!!!!!" Eu disse que não sabia se tinha realmente engordado muito ou se era tudo por causa da trombose. Ele concordou em operar o fígado, mas primeiro não gostou de operar com trombose, depois disse que operava, depois disse que era um risco, depois disse que operava de novo e falou para que eu voltasse lá depois da viagem. Eu estava para viajar.

Viajei e a trombose começou a me incomodar mais à noite. Não tinha posição para dormir, colocava cada vez mais travesseiros embaixo do pescoço e acordava cheia de dor. Voltei no cirurgião e falei que não aguentava mais a trombose; que eu queria tirar o cateter antes de fazer a cirurgia do fígado. Ele disse que concordava comigo, pois não era muito legal operar com trombose e ligou para a minha médica. Ela concordou. Daí eu fico pensando, se eu não tivesse chegado ao limite da minha paciência, ele me operaria com o risco da trombose mesmo. Quem decidiu tirar o cateter fui eu, somente eu. E bora voltar para o hospital na véspera do Natal.... Delícia...

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