domingo, 17 de julho de 2016

2015 - Parte I - O pior Diagnóstico

Entre outubro de 2014 e abril de 2015 fiz várias tomografias, PET-scan e ressonâncias. O PET-scan não deu nada e nas imagens a massa tumoral não crescia significativamente. Até que num exame de abril de 2015 apareceram nódulos no fígado. Só aí eu realizei que estava doente.

Fiz a biópsia do fígado e deu  adenocarcinoma. Eu entendi que no meu caso, ainda meio jovem, eu aguentaria uma quimioterapia fortíssima que existe para câncer de pâncreas com metástase – Folfirinox o nome.

Coloquei o cateter e começou a novela com o plano de saúde e a quimioterapia.
Como todo paciente com câncer deve ficar antes de o tratamento começar, fiquei ansiosa. Por poucos dias, mas esses dias foram horríveis para mim. Aí, quando você mais precisa do apoio do seu médico pra te dar uma notícia sobre a aprovação do tratamento pelo plano de saúde, nem que seja, “não tenho resposta, vamos aguardar mais 3 dias”, ele simplesmente não atende mais aos seus telefonemas e não responde às mensagens. Foi quando tomei uma decisão, trocar de médico. Quase enlouqueci minha mãe, não sei direito o motivo, mas às vezes essas coisas são irracionais mesmo. Mas eu estava decidida, ia começar o tratamento com ele e, logo que pudesse, mudaria de médico. Foi então que conheci minha médica, por indicação de um amigo, que trata de mim até hoje. Gosto muito dela.

Como todos os outros médicos que consultei nessa época, ela também achou que meu câncer não estava muito agressivo, para um adenocarcinoma. Cheguei a fazer mais um exame que detecta tumor neuroendócrino, mas deu negativo. Ela ainda achou que fosse um falso negativo.


O plano de saúde não dava uma resposta, nem positiva nem negativa. Tudo bem que eles têm 21 dias para responder, mas não precisavam abusar desse prazo se eles já sabem a resposta. Eu tinha decidido até entrar na justiça por abuso de direito do plano, mas até pra isso eu precisava do médico e o FDP tinha sumido. O plano dizia que o tratamento estava autorizado, mas um dos remédios da quimioterapia não era liberado pela Anvisa. Foi quando eu liguei para a ANS para saber se o plano podia recusar um dos remédios da quimioterapia e eles disseram que não, que eles autorizam o tratamento e que todos os tratamentos de câncer devem ser aprovados pelo Plano de Saúde. Não existe isso de autorizar tratamento e não pagar um dos remédios. Os planos jogam verde para ver se a pessoa desiste. Nesses momentos a pessoa está desesperada e resolve até pagar por tratamentos caríssimos. Dei o nome do Plano para a ANS e eles disseram que fariam uma advertência. No mesmo dia o fantasma do meu médico me ligou, dizendo que tudo estava resolvido, por mérito dele. 

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